Tribunal Eclesiástico e nulidade de matrimônio

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A procura de pessoas ao Tribunal Eclesiástico Interdiocesano e de Apelação de Vitória, com pedido de nulidade do matrimônio, vem crescendo desde 2020, pulando de uma média anual de 170 para 250. Neste ano, 2024, em 4 atendimentos realizados, 400 pessoas foram recebidas e outras 60 aguardam o 1º atendimento para dar entrada no processo. Este Tribunal Interdiocesano abrange a Arquidiocese de Vitória e as dioceses de São Mateus e Colatina.

Porém, não é apenas o número que surpreende, mas também o tempo que essas pessoas ficaram casadas. Muitas delas entre 3, 6 e 12 meses, caracterizando que a grande maioria são jovens.  Pessoas mais idosas também buscam a nulidade e alegam que a relação foi mais duradoura por obediência aos pais, uma entre as causas mais apontadas nos pedidos. Incapacidade de assumir as obrigações do matrimônio, falta de maturidade, exclusão da unidade e exclusão da prole estão entre as motivações para os pedidos.

Os pedidos de nulidade surgem de pessoas separadas que buscam regularizar o vínculo estabelecido com  aquela pessoa e, também, regularizar a relação com a Igreja e, principalmente, com Deus.

O processo dura de 1 ano e meio a dois anos, e é composto de várias etapas:

  1. A pessoa solicita a nulidade e em seguida é marcado o 1º atendimento – Nele, a pessoa é atendida pelo Vigário Judicial, que orienta sobre o processo e documentos necessários;
  2. Com a narrativa das razões e os documentos a pessoa dá entrada no processo;
  3. Avaliada a documentação e os argumentos do pedido de nulidade, segue-se o encaminhamento interno para andamento do processo no Tribunal;
  4. Formulação das dúvidas para o Defensor do Vínculo;
  5. Audiência com as partes envolvidas no pedido e as testemunhas;
  6. Parecer do Defensor do Vínculo;
  7. Julgamento;
  8. Publicação da Sentença;
  9. Emissão da Certidão de Declaração de Nulidade.

Funções do Tribunal Eclesiástico:

O Tribunal Eclesiástico é um tribunal da Igreja Católica que aplica a justiça canônica e orienta os cristãos católicos em determinadas situações da vida espiritual e eclesial. O objetivo é que os cristãos possam viver uma vida plena e cumprir a missão que Cristo lhes incumbiu. É um instrumento técnico jurídico, utilizado para a resolução dos conflitos entre as pessoas na Igreja. Podem ser objeto de julgamento um fato jurídico a ser declarado (por ex., a validade ou não de um matrimônio etc), problemas de indisciplina de pessoas do clero e leigos, faltas contra os sacramentos e outros assuntos.

Composição do Tribunal Eclesiástico de Vitória:

Secretária:1
Notária: 1
Defensor do Vínculo: 2
Juízes: 5
Auditores: 5

Composição nas dioceses de São Mateus e Colatina:

Notária: 1 em São Mateus e 1 em Colatina

Auditor: 1 em São Mateus e 1 em Colatina

Fonte: aves.org.br

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