Leitura do Livro dos Juízes
11,19-39a
Naqueles dias,
o espírito do Senhor veio sobre Jefté
e ele, atravessando Galaad e Manassés,
passou por Masfa e Galaad
e de lá marchou contra os filhos de Amon.
E Jefté fez um voto ao Senhor, dizendo:
“Se entregares os amonitas em minhas mãos,
a primeira pessoa que sair da porta de minha casa
para vir ao meu encontro,
quando eu voltar vencedor sobre os amonitas,
pertencerá ao Senhor
e eu a oferecerei em holocausto”.
Jefté passou às terras dos amonitas
para combater contra eles,
e o Senhor entregou-os em suas mãos.
E Jefté fez uma grande mortandade em vinte cidades,
desde Aroer até a entrada de Menit
e até Abel-Carmim,
e assim os filhos de Amon
foram subjugados pelos filhos de Israel.
Quando Jefté voltou para sua casa em Masfa,
sua filha veio-lhe ao encontro,
dançando ao som do tamborim.
Era a sua única filha,
pois não tinha mais filhos.
Ao vê-la, rasgou as vestes e bradou:
“Ai! Minha filha, tu me prostraste de dor!
És a causa da minha desgraça!
Pois fiz uma promessa ao Senhor
e não posso voltar atrás”.
Então ela respondeu:
“Meu pai, se fizeste um voto ao Senhor,
trata-me segundo o que prometeste,
porque o Senhor concedeu
que te vingasses de teus inimigos, os amonitas”.
Depois, disse ao pai:
“Concede-me apenas o que te peço:
deixa-me livre dois meses
para ir vagar pelos montes com minhas companheiras
e chorar a minha virgindade”.
“Vai!”, respondeu ele.
E deixou-a partir por dois meses.
Ela foi com suas companheiras
chorar pelos montes a sua virgindade.
Passados os dois meses,
voltou para o seu pai
e ele cumpriu o voto que tinha feito.
Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo Mateus
22,1-14
Naquele tempo,
Jesus voltou a falar em parábolas
aos sumos sacerdotes e aos anciãos do povo,
dizendo:
“O Reino dos Céus é como a história do rei
que preparou a festa de casamento do seu filho.
E mandou os seus empregados
para chamar os convidados para a festa,
mas estes não quiseram vir.
O rei mandou outros empregados, dizendo:
‘Dizei aos convidados:
já preparei o banquete,
os bois e os animais cevados já foram abatidos
e tudo está pronto.
Vinde para a festa!’
Mas os convidados não deram a menor atenção:
um foi para o seu campo,
outro para os seus negócios,
outros agarraram os empregados,
bateram neles e os mataram.
O rei ficou indignado e mandou suas tropas,
para matar aqueles assassinos
e incendiar a cidade deles.
Em seguida, o rei disse aos empregados:
‘A festa de casamento está pronta,
mas os convidados não foram dignos dela.
Portanto, ide até às encruzilhadas dos caminhos
e convidai para a festa todos os que encontrardes’.
Então os empregados saíram pelos caminhos
e reuniram todos os que encontraram, maus e bons.
E a sala da festa ficou cheia de convidados.
Quando o rei entrou para ver os convidados,
observou ali um homem
que não estava usando traje de festa
e perguntou-lhe:
‘Amigo, como entraste aqui sem o traje de festa?’
Mas o homem nada respondeu.
Então o rei disse aos que serviam:
‘Amarrai os pés e as mãos desse homem
e jogai-o fora, na escuridão!
Ali haverá choro e ranger de dentes’.
Por que muitos são chamados,
e poucos são escolhidos”.
A bondade de Deus não conhece confins e não discrimina ninguém: por isso, a festa dos dons do Senhor é universal para todos! A todos é oferecida a possibilidade de responder ao seu convite, ao seu chamamento; ninguém tem o direito de se sentir privilegiado, nem de reivindicar uma exclusividade. Tudo isto nos induz a vencer o hábito de nos inserirmos comodamente no centro, como faziam os chefes dos sacerdotes e os fariseus. Isto não se deve fazer; nós devemos abrir-nos às periferias, reconhecendo que até quantos estão nas margens, também aquele que é rejeitado e desprezado pela sociedade, constitui objecto da generosidade de Deus. Todos nós somos chamados a não reduzir o Reino de Deus aos confins da «igrejinha» — a nossa «igrejinha» — mas a dilatar a Igreja às dimensões do Reino de Deus. Só há uma condição: revestir-se com o hábito nupcial, ou seja, dar testemunho da caridade para com Deus e com o próximo. (Papa Francisco, 12 de outubro de 2014)