Início da Primeira Carta de São Paulo a Timóteo
1,1-2.12-14,1
Paulo, apóstolo de Cristo Jesus,
por ordem de Deus, nosso Salvador,
e de Cristo Jesus, nossa esperança,
a Timóteo, verdadeiro filho na fé:
a graça, a misericórdia e a paz de Deus Pai
e de Cristo Jesus, nosso Senhor.
Agradeço àquele que me deu força,
Cristo Jesus, nosso Senhor,
pela confiança que teve em mim
ao designar-me para o seu serviço,
a mim, que antes blasfemava,
perseguia e insultava.
Mas encontrei misericórdia,
porque agia com a ignorância de quem não tem fé.
Transbordou a graça de nosso Senhor
com a fé e o amor que há em Cristo Jesus.
Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo Lucas
6,39-42
Naquele tempo,
Jesus contou uma parábola aos discípulos:
Pode um cego guiar outro cego?
Não cairão os dois num buraco?
Um discípulo não é maior do que o mestre;
todo discípulo bem formado será como o mestre.
Por que vês tu o cisco no olho do teu irmão,
e não percebes a trave
que há no teu próprio olho?
Como podes dizer a teu irmão:
Irmão, deixa-me tirar o cisco do teu olho,
quando tu não vês a trave no teu próprio olho?
Hipócrita!
Tira primeiro a trave do teu olho,
e então poderás enxergar bem
para tirar o cisco do olho do teu irmão.
A página evangélica hodierna apresenta breves parábolas, com as quais Jesus deseja indicar aos seus discípulos o caminho a percorrer para viver com sabedoria. Com a pergunta: «Um cego pode guiar outro cego?» (Lc 6, 39), Ele quer frisar que um guia não pode ser cego, mas deve ver bem, isto é, deve possuir a sabedoria para guiar com sabedoria, caso contrário corre o risco de causar danos às pessoas que a ele se confiam. […] E Jesus usa uma expressão sapiencial para indicar a si mesmo como modelo de mestre e guia a ser seguido: «Não está o discípulo acima do mestre, mas o discípulo bem formado será como o mestre» (v. 40). É um convite a seguir o seu exemplo e o seu ensinamento para ser guias seguros e sábios. […] No trecho de hoje encontramos outra frase significativa, que exorta a não ser presunçoso nem hipócrita. Diz assim: «Porque reparas no argueiro que está na vista do teu irmão, e não reparas na trave que está na tua própria vista?» (v. 41). Muitas vezes, todos sabemos, é mais fácil ou cômodo ver e condenar os defeitos e os pecados alheios, sem conseguir ver os próprios com a mesma lucidez. […] Escondemos sempre os nossos defeitos, inclusive de nós mesmos; mas, é fácil ver os defeitos alheios. […] Devemos estar cientes disto e, antes de condenar os outros, devemos olhar para dentro de nós mesmos. Assim podemos agir de modo credível, com humildade, testemunhando a caridade. (Papa Francisco, Angelus de 3 de março de 2019)