Venceslau, nascido em 907, era filho de Vratislau, regente do ducado da Boêmia (atual República Tcheca), sábio e homem de caráter, e foi educado pela avó, Santa Ludmila, no Catolicismo. O pai morreu em 920 guerreando contra os húngaros, e antes de falecer lhe deixou expressamente o trono, apesar de Venceslau ter apenas 13 anos.
A Boa Nova de Cristo tinha chegado há pouco tempo na Boêmia, com São Cirilo e São Metódio, e não possuía ainda raízes fortes; por isso a corte era dividida, e a rainha, Draomira, era pagã, além de cruel e ambiciosa, como seu filho mais novo, Boleslau. A mãe assumiu a regência e iniciou a perseguição aos cristãos, expulsando os missionários católicos e declarando que o Catolicismo não era mais a religião oficial do ducado, e tentou paganizar Venceslau, mas sem sucesso.
Os representantes provinciais do ducado, porém, conseguiram estabelecer a vontade de Vratislau, depondo a impopular Draomira, e Venceslau assumiu o governo em 921, com 14 anos. Seu primeiro ato, a conselho da santa avó, foi restabelecer oficialmente o Catolicismo, promovendo a volta de missionários, especialmente monges beneditinos, e construindo igrejas.
Com raiva, Draomira contratou assassinos que estrangularam Ludmila com seu próprio véu.
Em pouco tempo, Venceslau conquistou a simpatia, confiança e apoio do povo, pela liderança e bondade cristãs; manteve-se casto de corpo e alma, sendo virtuoso e caridoso como poucos príncipes jovens. Rezava durante muitas horas e dedicou cuidado aos pobres, doentes, presos, viúvas e órfãos, a quem pessoalmente ajudava, consolava e transmitia a Fé.
Contestado por um opositor, o duque Radislau, que aspirava ao governo, enfrentou o risco de uma guerra fratricida; para evitá-la, propôs decidir a questão num duelo pessoal com ele, aliás muito mais capacitado para o combate do que Venceslau. Radislau aceitou, e quando estava a ponto de acertar o legítimo regente com uma lança, dois anjos apareceram e o mandaram parar. Radislau caiu do cavalo e, ao levantar-se, pediu perdão, jurando fidelidade ao seu senhor, no que foi imediatamente atendido. Seguiu-se um período de paz.
Em 929, para evitar uma outra guerra, Venceslau aceitou a soberania das pretensões do império germânico sobre a Boêmia, mantendo porém a sua autoridade no território do ducado. Seus adversários na corte, incluindo sua mãe e seu irmão, irados com esta atitude sábia e diplomática, decidiram matá-lo. Em 28 de setembro de 935, Venceslau foi convidado para a festa de batismo do seu sobrinho, filho de Boleslau, e em determinado momento dirigiu-se sozinho à capela para rezar. Draomira sugeriu então ao filho mais novo que este seria o momento apropriado, e Boleslau matou o irmão com uma espada ou um punhal.
Poucos dias depois Draomira morreu tragicamente. Boleslau I, “o Cruel”, assumiu o governo.
São Venceslau é padroeiro da Boêmia, da Hungria e da Polônia, bem como dos exércitos tchecos, e herói nacional do seu povo.