Santa Hildegarda von Bingen nasceu em 1098, na Alemanha, em uma família nobre. Desde criança, foi levada ao Mosteiro de Disibodenberg, onde recebeu formação religiosa sob a orientação de Jutta von Sponheim. Nesse ambiente monástico, Hildegarda cresceu em espiritualidade e conhecimento, preparando-se para uma vida de entrega a Deus.
Muito cedo, destacou-se por sua inteligência e múltiplos talentos. Foi escritora, médica, pintora, musicista, dramaturga e, sobretudo, mística. Suas visões a tornaram conhecida como a “sibila do Reno” (sibila = profetisa) e, com a permissão de seus superiores, passou a ditar obras como o “Liber Scivias”, que ainda hoje inspira fiéis e estudiosos.
Suas composições musicais, reunidas em “Symphonia celestium revelationum”, continuam sendo executadas em concertos em todo o mundo. Além disso, escreveu peças teatrais e dirigia encenações com as monjas, unindo fé, arte e reflexão. Tornou-se abadessa e fundou comunidades monásticas, como os mosteiros de Bingen e Eibingen, que marcaram sua missão.
Hildegarda também se dedicou às ciências da natureza. Foi pioneira no estudo das propriedades medicinais das plantas e na produção de remédios naturais. Seu trabalho é considerado precursor da homeopatia. No campo da alimentação, inovou ao incluir o lúpulo na cerveja, reconhecendo seus efeitos conservantes e medicinais.
Apesar de falecida em 1179, sua santidade foi reconhecida oficialmente apenas em 1584, pelo Papa Gregório XIII. Em 2012, o Papa Bento XVI a proclamou Doutora da Igreja, título concedido a santos cujos ensinamentos têm grande relevância para toda a Igreja.
A vida de Hildegarda continua a inspirar gerações. Em 2009, sua história foi retratada no filme Vision, da diretora Margarethe von Trotta, com a atriz Barbara Sukowa no papel principal. Sua memória é celebrada no dia 17 de setembro, e sua obra permanece viva como testemunho de fé, inteligência e dedicação a Deus.