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Gelásio era de origem africana, culto, inteligente e dotado de personalidade forte. Entrou para o clero romano, atuou como conselheiro papal e sucedeu Félix II como Papa, de 492 a 496. Enérgico e intransigente na defesa dos direitos da Igreja, era terno e compassivo com as misérias humanas.
Em apenas quatro anos de pontificado, realizou imensas tarefas. Como Pastor, combateu firmemente as heresias monofisita e do pelagianismo, e também o maniqueísmo e outras seitas que ameaçavam a unidade da Igreja; denunciou ao Senado romano as imoralidades de certas festas pagãs, que não mais deviam existir depois da adoção do Cristianismo pelo Império; organizou e presidiu o Sínodo de 494, no qual foi aprovada grande renovação litúrgica da Igreja; publicou o Sacramentário Gelasiano, com orientação clara da administração dos Sacramentos, das orações na Missa e nas solenidades litúrgicas, uniformizando as funções e ritos das várias Igrejas; estabeleceu normas de disciplina eclesiástica e incentivou a vida monástica.
Não menos importante, foi o primeiro pontífice a expressar a máxima autoridade do Bispo de Roma sobre toda a Igreja, escrevendo uma carta ao imperador romano do Oriente, que pretendia interferir na administração da Igreja: “… há distinção entre a autoridade do Papa e a dos reis; a primeira é imensamente mais elevada, pois inclui responsabilidade espiritual também sobre os príncipes temporais”.
Conclamou o Senado romano, apático e desinteressado durante a derrocada do Império frente às invasões bárbaras, a assumir o seu dever.
Teve imensa caridade, salvando Roma do perigo da carestia, e distribuiu muitos bens da Igreja para aliviar as consequências da fome; dele foi dito que “morreu pobre após ter enriquecido a muitos pobres”: sobre seu túmulo foi escrito “Pai dos pobres”. Morreu em 21 de novembro de 496, em Roma.