Hilário viveu no século III, em Aquiléia, cidade da região de Veneza, Itália. Educado no Catolicismo, desde muito cedo resolveu abandonar as coisas do mundo para dedicar-se ao estudo das Sagradas Escrituras. Tornou-se diácono, e depois, por aclamação popular, foi feito bispo. Era um pastor zeloso, sábio e prudente, de enorme piedade. A um seu discípulo, Taciano, fez seu diácono.
No período de 283 e 284 era imperador de Roma Marco Aurélio Numeriano, jovem de pendor intelectual, interessado em literatura e oratória, mas fraco para governar um império em crise como o da época. Um seu edito obrigou os cristãos a sacrificar aos deuses pagãos. Em Aquiléia, o sacerdote idólatra Monofantos insistiu com o prefeito, Berônio, que primeiramente prendesse e pressionasse à apostasia Hilário e Taciano, cristãos de destaque, mas o bispo, depois de reafirmar a sua Fé, acrescentou: “Quanto aos demônios, vãos e ridículos, que chamais deuses, não lhes ofereço sacrifícios.” As seduções e ameaças da autoridade civil não surtiram efeito.
Hilário foi então levado ao grandioso templo de Hércules, onde foi despido e barbaramente açoitado. Em seguida, o deitaram sobre um cavalete e, com garras pontiagudas de ferro, golpearam-lhe as costas até que os órgãos internos ficaram aparentes. Enquanto isso, o bispo cantava hinos ao Senhor. Por fim, Berônio, sem resultados, cansou-se do bizarro espetáculo e mandou jogar Hilário na prisão, onde continuaram os maus tratos. No dia seguinte, o mesmo processo foi aplicado em Taciano; no cárcere, bispo e diácono, em alegre reencontro, rezaram para que Deus confundisse os pagãos.
Aconteceu então que uma neblina baixou sobre a cidade, e o majestoso templo de Hércules desabou completamente, revelando até mesmo as fundações. Muitos pagãos fugiram, e outros, literalmente, morreram de medo. Berônio, mais uma vez instado por Monofantos, ordenou a imediata decapitação de Hilário, Taciano e outros seis católicos, entre eles Félix, Largo e Dionísio. Era o dia 16 de março de 284.
As relíquias de Hilário e Taciano foram posteriormente levadas para a cidade próxima de Gorizia, de onde são padroeiros.